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Santa Missa Solene Marca Jubileu de Prata

   Nas Vésperas da Natividade de São João Batista, noite do dia 23 de junho, o Instituto dos Frades de Emaús celebrou na Santa Eucaristia presidida por sua Exa. Revma. Dom Gilson Andrade a Solenidade Jubilar pelos 25 anos de sua fundação.

Realizada na Paróquia São Sebastião de Austin, a Santa Missa Jubilar foi marcada por gratidão pelo passado, paixão no presente e esperança ao futuro, elevando júbilo e louvor pelo Carisma Fundacional de Contemplação e Missão.

Juntamente com os Pais Fundadores, Frei José Anchieta Varela e Frei Luiz Carlos Rodrigues, os Frades e membros da Família Emautana, estiveram presentes Dom Luciano Bergamin (Bispo Emérito de Nova Iguaçu), Irmã Maria Inêz Ribeiro (Presidente da CRB Nacional), Padres do Clero de Nova Iguaçu e outras Dioceses, Religiosos, Paroquianos, amigos e benfeitores.

Homilia de Dom Gilson Andrade da Silva na missa Jubilar

"Os freis quiseram celebrar hoje para que esta celebração fosse em Igreja e com a Igreja, com a presença também dos bispos que fazem parte desta história." Dom Gilson

   Esta é a noite de São João, noite de festas no meio do nosso povo, noite fria, aquecida pela fogueira de São João. A nossa Eucaristia nesta noite é o lugar aquecido e acolhedor que o amor de Deus preparou para celebrarmos o nascimento de São João e, neste clima de festa, rendermos graças a Deus pelo jubileu de prata da experiência que marcou o início do Instituto dos Frades de Emaús. Naqueles inícios estavam Fr. Luis e Fr. Anchieta e hoje aqui se encontram rodeados de mais confrades e de tantas pessoas que ao longo desses anos bebem da sua vocação e da sua ação missionária.

 

   Estamos celebrando de forma antecipada, pois a data é o dia 29 de junho, solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo. Os freis quiseram celebrar hoje para que esta celebração fosse em Igreja e com a Igreja, com a presença também dos bispos que fazem parte desta história. De modo particular, D. Luciano, que os acolheu em nossa Diocese e deu os encaminhamentos iniciais dentro do processo necessário para o reconhecimento de um carisma novo na vida da Igreja diocesana. 

 

   E é bom que seja assim, pois todo carisma é dom de Deus para a edificação de toda a Igreja. Diz o Santo Padre que “um sinal claro da autenticidade de um carisma é a sua eclesialidade, a sua capacidade de integrar-se harmoniosamente na vida do Povo santo de Deus para o bem de todos” (EG, 130).

 

   As leituras da missa nos indicam o sentido da nossa ação de graças no mistério da vocação. Recordamos o chamado do profeta Jeremias e dos pais de São João Batista, Zacarias e Isabel.

 

   O chamado é sempre iniciativa de Deus. Ele nos surpreende ao nos revelar que fomos escolhidos para colaborar no seu projeto de salvação para o mundo inteiro.

 

  A vocação é sempre maior do que nós, como reconheceu o profeta Jeremias ao dizer que não sabia falar, que era muito novo. Também a esterilidade do casal Zacarias e Isabel fala da fragilidade dos que são escolhidos. Ele nos chama não porque sejamos os melhores, mas porque através do seu chamado quer nos convidar a uma amizade que torna melhor a nossa vida para nós e para os outros. É Deus que chama e dá os meios para que os seus planos se realizem através de nossa colaboração.

Se por um lado somos surpreendidos por Deus ao nos escolher, por outro, a vocação traz em si o sinal da alegria. O anjo disse ao pai de João Batista: “tu ficarás alegre e feliz, e muita gente se alegrará com o nascimento do menino” (Lc 1, 14)

 

  Seu nascimento foi “motivo de alegria para muitos”, pois com ele nasce o precursor da vida em abundância que Deus oferece ao seu povo. Seu nascimento é uma benção de Deus que inaugura o tempo novo da Salvação e da Nova Aliança de Deus com seu povo.

 

   Na história dos discípulos de Emaús do Evangelho algo semelhante aconteceu: foram surpreendidos por uma presença nova de Jesus nas suas vidas, na Palavra e na Eucaristia. O sinal foi o coração ardendo. Deus acendeu a fogueira do amor em seus corações. E imediatamente saíram ao encontro daqueles que ainda permaneciam tristes, sozinhos e desolados.

 

   Nos personagens citados (Jeremias, Zacarias e Isabel, os Discípulos de Emaús) fica claro o sinal da fragilidade que é transfigurada pelo encontro com Deus, com Cristo. É a graça de Deus que, ao encontrar um coração disposto, pode realizar suas maravilhas.

 

   E nos encontramos aqui, irmãos e irmãs, depois de 25 anos de caminhada com seus obstáculos, mas certamente alegre, para celebrar esse jubileu sob o sinal da Palavra que Deus nos dirige para reacender a chamada do dom que ele concedeu a esses nossos irmãos Frades de Emaús.

 

   Um jubileu além de ser ocasião de celebração, de lembrar as misericórdias do Senhor com festa, é também graça para revisitar os inícios e confrontar-se com o caminho percorrido. Assim, o jubileu oferece a oportunidade de se viver com nova responsabilidade o dom recebido.

 

   Inspirados nos Discípulos de Emaús do Evangelho é bom recordar que essa nova responsabilidade significa um novo encontro com Cristo, neste novo tempo que estamos vivendo, sempre através de sua Palavra e do dom da Eucaristia. Foi este o meio que Jesus lhes ofereceu (e oferece a nós) para, de fato, nos darmos conta do que está acontecendo. Eles pensavam que sabiam o que estava acontecendo, mas Jesus lhes deu olhos novos para ver todas as coisas.

 

   A estrada de Emaús é o caminho da humanidade. Por ela passa muita gente desencantada, desanimada, mas que está sob o olhar de Deus. Os preferidos de Jesus são sempre os que estão em grandes necessidades. Ele escolheu os Frades para fazer como Jesus: encontrar formas de estar próximos para facilitar o encontro de Jesus com os sofredores deste tempo, devolvendo-lhes esperança e dando horizontes, sempre partindo dos dons que temos: a Palavra do Senhor, a Eucaristia e a caridade fraterna.

 

   Da parte dos que participam desses festejos é normal que se expressem desejos.

 

   Que desejos podemos manifestar aos Frades de Emaús na celebração deste jubileu de prata? É o próprio Papa Francisco a inspirar-nos nas propostas que fez na proclamação do Ano da Vida Religiosa em 2015: olhar com gratidãoo passado; viver com paixão o presente e abraçar com esperança o futuro. Não foi essa a experiência que fizeram aqueles dois discípulos desanimados que voltavam para o vilarejo de Emaús? Jesus, ao aproximar-se deles ajudou-os a ver que o passado revelava promessas e que, portanto, devia suscitar gratidão, uma vez que eles viram que as promessas de Deus se realizavam em Jesus. A seguir, tomaram consciência de que seus corações ardiam.

 

   Como viver o presente com paixão se o coração não arder de amor, de fé, de zelo? E finalmente, aquele mesmo encontro inesperado com o Senhor foi a razão para “abraçar com esperança o futuro”, retornando a Jerusalém com a missão do anúncio. Renovaram a experiência do encontro com Jesus quando saíram ao encontro dos irmãos que tinham ficado em Jerusalém.

 

   25 anos são poucos para um carisma na vida da Igreja, mas já são suficientes para que verificar a necessidade de estar sempre se renovando para não perder o ardor do início. Não se esqueçam que um discípulo de Emaús renova sempre sua vida no encontro com Cristo, estando junto aos irmãos, eles são dois e abrindo o coração para escutar o Senhor na sua Palavra e experimentar a sua presença na Eucaristia e levá-la através da missão.

Para o caminho Deus nos dá sua Mãe, a Virgem Maria. Ela caminhou com os discípulos.

 

   Que continue no caminho de suas vidas. Amém.

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